Na última terça-feira (31) de maio, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a Associação dos Estudantes Secundaristas da Paraíba (AESP), majoritariamente dirigidas pela União da Juventude Socialista (UJS-PB) participaram de sessão especial na Assembléia Legislativa da Paraíba (AL-PB) para discutir a violência nas escolas paraibanas. A sessão foi convocada em decorrência de dois eventos distintos de grande repercussão na mídia, inclusive, internacional. São eles: o Massacre de Realengo e a Violência Policial no Instituto de Educação da Paraíba (IEP).
No primeiro, as vidas de 12 crianças foram brutalmente roubadas. O assassino: um psicopata, vítima de Bullying quando criança. No segundo, olhos ardidos, hematomas e, até, um aborto espontâneo são bons exemplos das conseqüências da desmedida repressão da Tropa de Choque da Polícia Militar contra a manifestação de estudantes armados apenas de livros e cartazes com dizeres de protesto.
Os dois incidentes provocaram uma onda de insegurança e indignação que varreu, de ponta a ponta, a nação tupiniquim. Revelou-se a vulnerabilidade de nossas escolas à violência — manifestada no tráfico de drogas, Bullying, assassinatos e etc. Entretanto, o caso da Paraíba é ainda mais singular: além de enfrentar os mesmos problemas que afetam as escolas de todo o país, sofre com as ações de uma polícia que agride ao invés de proteger.
É óbvio que o comercio clandestino de entorpecentes no ambiente escolar há muito que existe, portanto, não é novidade. O Bullying, da mesma maneira, não é novidade, sempre existiu — com nomes diversos. E a dura repressão aos movimentos sociais, como o estudantil, é prática antiga nos mais diversos governos das três esferas de poder.
No entanto, num gesto semelhante ao do cidadão que põe trancas adequadas nas portas de sua casa só depois de ter sido roubado, a Casa de Epitácio Pessoa (AL-PB) só se dispõe a debater o tema da violência depois do atentado de Realengo e do IEP. Ainda assim, sem a devida seriedade. Na casa, junto com os movimentos sociais, presentes estavam apenas dois deputados. Consideramos o debate importante, mas pelo visto muitos deputados não são da mesma opinião. Se fossem estariam presentes.
Marília França, Diretora Regional da UBES e Presidente da AESP, em sua intervenção cobrou políticas públicas por parte do Poder Executivo e o compromisso do Legislativo e revelou o temor de que seu desejo e, ao mesmo tempo, de milhões de pais, alunos e profissionais da Educação fosse mal interpretado e a escola pública se tornasse um presídio para os filhos dos pobres. Deixou claro que mudanças tem de correr, sim, mas com profunda sensatez e responsabilidade.
Marcelo Lima, Presidente Estadual da @UJS_Paraiba, considerou que pré-requisito para que conquistemos a escola que queremos é investir mais e melhor; o investimento por si só não garante o futuro que ansiamos, mas junto da correta aplicação — na capacitação de professores, por exemplo — e a devida fiscalização das verbas são o segundo passo a ser dado para a consolidação de um Brasil desenvolvido e justo.
Por fim, cumprimos o nosso papel de debater — com propriedade indiscutível — o tema, enfatizando as mudanças pelas quais nossas escolas têm que passar para atender a necessidade de segurança. A maior delas é o compromisso sério dos nossos representantes no sentido de fazer investimentos significativos na Educação e para tanto defendemos — na esfera federal — que 10% de toda a riqueza produzida em nosso país e 50% do Fundo Social do Pré-Sal sejam destinados a um setor tão estratégico ao desenvolvimento de qualquer país.
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