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| Altamiro Borges |
Não é de hoje, nem é segredo para ninguém em roda de entendidos que
7 famílias literalmente dominam o ramo da Comunicação Social no Brasil. Não é de hoje que essas 7 famílias valem-se de seus instrumentos de comunicação de massa para manipular, o mais que podem, a opinião pública, a fim de sobreporem aos interesses sociais os mais sórdidos interesses econômicos. Basta lembrarmos os laços fraternos entre
Rede Globo e Ditadura Militar, a
Veja e sua campanha sistemática contra o Partido dos Trabalhadores e outras agremiações “de esquerda”.
Neste sentido, é elucidativo puxar pela memória o fato de que, nas últimas eleições, a Rede Globo teve a “cara de pau” de clandestinamente fazer campanha eleitoral à candidatura do “careca antipático”. Durante menos de 24 horas, utilizando como disfarce a comemoração dos 45 anos de existência do canal de TV, várias personalidades globais repetiram incessantemente a frase “eu quero mais” frente a um cenário de cor azul — “coincidentemente” o slogan e cor da campanha de José Serra. Ou ainda, a mentira midiática da agressão física ao tucano, na qual uma leve bolinha de papel tomou proporções de um míssil
tomahawk.
Nenhuma dessas imoralidades e desinformações passaria impune se houvesse em nosso país um marco regulatório que disciplinasse tal ramo da atividade humana. Sem acesso a grande mídia, aqueles que desejam que o Brasil tenha uma democracia completa concentram suas “vozes” na Blogosfera. Aqueles anseiam que por regulamentação às comunicações, em detrimento ao oligopólio que hoje vivenciamos, juntam-se num grito uníssono e forte — o 2º Encontro Nacional de Blogueir@s Progressistas. A Blogosfera e as redes sociais já deram provas inequívocas de que são instrumentos poderosos de mobilização; as agitações populares no mundo árabe são os exemplos mais nítidos em nossos dias.
Por fim, vale salientar que surge no Brasil um movimento ousado contra a vilania das oligarquias midiáticas. Um movimento que sai — a passos lentos, mas vigorosos — da virtualidade para materialidade. Um movimento capaz de transformar a cyber-militância de uns na mobilização massiva de todos os que desejam uma democracia madura. O 1º Encontro de Blogueir@s e Redes Sociais da Paraíba cumpriu seu papel e, portanto, foi exitoso. Entretanto, a luta só começou e próxima batalha dos paraibanos é a consolidação do Conselho Estadual de Comunicação.
O problema da informação no nosso país é gravíssimo. As TVs abertas que ocupam o espectro analógico onde não há vaga para mais nenhum canal, são operadas através de concessões outorgadas pelo estado brasileiro, por meia dúzia de famílias conservadoras, neoliberais e que apoiaram o golpe de 1964. Na verdade morrem de saudades do tempo em que não havia o congresso para atrapalhar os seus negócios. Na primeira Conferência Nacional de Comunicação que ocorreu no país, com o objetivo de se criar um marco regulatório para um setor que é estratégico, simplesmente se recusaram a comparecer aos debates. Estavam lá para formular e debater as propostas, os representantes de entidades de classe, movimentos sociais, sindicatos, executivo, legislativo e judiciário. Estes "donos" das concessões públicas e portanto nossas, fogem de democracia como o diabo da cruz. E não por acaso, podem procurar na grade de programação de todas estas emissoras, não iremos encontrar nenhum programa que debata os inúmeros problemas nacionais, com a presença de políticos de diversas correntes ideológicas e sociedade civil organizada, visando por exemplo a que se separe melhor o joio do trigo na hora de votar. A desinformação impera e grande parte de nosso povo não sabe sequer o que faz um vereador. Segundo o ultimo estudo realizado pela SECOM, 96,4% das pessoas tem como fonte de informação(?) a TV(globo e seus clones). São décadas de lixo, consumismo, individualismo, sexo, violência, e alienação. De 1964 para cá ocorreu uma revolução cultural às avessas. Se faz urgente a democratização deste setor, com a digitalização das TVs públicas e Comunitárias tornando-as gratuitas e com a mesma qualidade de sinal e alcance que as TVs "comerciais". Que se resolvam também os problemas das Rádios Comunitárias e que se conclua o projeto governamental de banda larga para todos. Sem isso que não se iludam as esquerdas, isto porque caso se concretize a falência econômica dos EUA arrastando Europa e AL com eles, a direita volta com a corda toda. Voto ideológico e consciente é coisa de minorias e se a economia for mal a esquerda perde o poder, mesmo fazendo as alianças que tanto nos incomodam e gastando rios de dinheiro para se eleger.
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