Passados sete meses, governador ainda não escolheu o nome da lista tríplice
A
Universidade Estadual da Paraiba (UEPB) vive, há sete meses, um impasse
acadêmico que vem prejudicando a convivência harmoniosa dentro da
instituição. A comunidade acadêmica espera desde maio a nomeação de um
novo reitor pelo governador do Estado, Ricardo Coutinho, que tem,
legalmente, respaldo para indicar um dos três nomes escolhidos pela
universidade através da eleição direta.
A Chapa 5, “Sou mais UEPB”, encabeçada pelos professores Rangel
Júnior e Etham Barbosa, foi a grande vencedora da consulta prévia para
escolha do novo reitor da UEPB, dia 17 de maio deste ano. A apuração
revelou uma vitória absoluta do professor Rangel, com 4.061 votos, mais
de 50% do total válido. O segundo colocado, o professor Cristovão
Andrade, obteve 1.865 votos, seguido da terceira, Eliana Maia, com
1.477.
O resultado foi encaminhado para o Conselho Universitário (Consuni) e
o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) que, em reunião
conjunta, escolhem os nomes que comporão a lista tríplice a ser
encaminhada ao governador para posterior nomeação. Era de praxe a lista
conter o nome dos três mais votados pela comunidade acadêmica – assim
como também era comum o governador escolher o mais votado, após trinta
dias da eleição.
Contudo, essa última eleição fugiu da normalidade. Ricardo Coutinho
não indicou ainda o nome do novo reitor, sete dias para o fim da atual
gestão comandada por Marlene Alves. Nesta quarta-feira (5/12), após
inúmeras manifestações, o governador assegurou para a imprensa local
estar dentro do prazo legal, anunciando que fará sua escolha “dentro da
lógica republicana, da democracia e da lei estabelecida”.
O professor Rangel disse ao site da UNE estar mantendo uma posição
serena em relação ao fato inédito. “Estou seguro e espero que pese a
lógica e o histórico do governador apontar a escolha do primeiro
candidato da lista tríplice, independente de qualquer posição política.
Mais que votar em uma chapa, as pessoas escolheram uma proposta, a
expectativa de construir uma universidade que caminha para a
consolidação”, afirmou.
Rangel tem uma vida comprometida com a UEPB há mais de 30 anos. O
professor foi estudante da universidade e presidente do CA de
psicologia. Como militante estudantil, participou ativamente da luta
pela democratização da universidade nos anos de 1980, quando foi
conquistado o direito de realizar eleições diretas para cargos dentro da
instituição.
Vale assinalar que foi aprovado por unanimidade na Assembleia
Legislativa do Estado, semana passada, um requerimento solicitando que o
governador nomeie o reitor mais votado na UEPB.
NA CONTRAMÃO DAS PRÁTICAS DEMOCRÁTICAS
A União Nacional dos Estudantes (UNE) entende que o governador deve
seguir a lógica adotada nas outras eleições, pois qualquer outra decisão
irá na contramão das práticas democráticas conquistadas há muitos anos
dentro da universidade. A entidade batalha contra qualquer tipo de
cerceamento e retroação no que diz respeito à liberdade de escolha e
expressão e, por isso, defende a posse do candidato mais votado, o
professor Rangel Júnior.
Para o estudante de letras e coordenador do Diretório Central dos
Estudantes, Alberto Alves Fernandes, a postura de Ricardo Coutinho é
antidemocrática e sua demora pela escolha do reitor está ferindo a
relação acadêmica dentro da instituição. Alberto afirmou que o DCE irá
se pronunciar sobre após uma reunião com todos os CAs da universidade,
no Conselho de Entidades de Base (COEB), que acontecerá este próximo
sábado.
fonte: UNE
fonte: UNE
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