quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

UEPB: UNE DEFENDE POSSE DE CANDIDATO MAIS VOTADO PARA REITOR



Passados sete meses, governador ainda não escolheu o nome da lista tríplice
A Universidade Estadual da Paraiba (UEPB) vive, há sete meses, um impasse acadêmico que vem prejudicando a convivência harmoniosa dentro da instituição. A comunidade acadêmica espera desde maio a nomeação de um novo reitor pelo governador do Estado, Ricardo Coutinho, que tem, legalmente, respaldo para indicar um dos três nomes escolhidos pela universidade através da eleição direta.
 A Chapa 5, “Sou mais UEPB”, encabeçada pelos professores Rangel Júnior e Etham Barbosa, foi a grande vencedora da consulta prévia para escolha do novo reitor da UEPB, dia 17 de maio deste ano. A apuração revelou uma vitória absoluta do professor Rangel, com 4.061 votos, mais de 50% do total válido. O segundo colocado, o professor Cristovão Andrade, obteve 1.865 votos, seguido da terceira, Eliana Maia, com 1.477.
 O resultado foi encaminhado para o Conselho Universitário (Consuni) e o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) que, em reunião conjunta, escolhem os nomes que comporão a lista tríplice a ser encaminhada ao governador para posterior nomeação. Era de praxe a lista conter o nome dos três mais votados pela comunidade acadêmica – assim como também era comum o governador escolher o mais votado, após trinta dias da eleição.
Contudo, essa última eleição fugiu da normalidade. Ricardo Coutinho não indicou ainda o nome do novo reitor, sete dias para o fim da atual gestão comandada por Marlene Alves. Nesta quarta-feira (5/12), após inúmeras manifestações, o governador assegurou para a imprensa local estar dentro do prazo legal, anunciando que fará sua escolha “dentro da lógica republicana, da democracia e da lei estabelecida”.
O professor Rangel disse ao site da UNE estar mantendo uma posição serena em relação ao fato inédito. “Estou seguro e espero que pese a lógica e o histórico do governador apontar a escolha do primeiro candidato da lista tríplice, independente de qualquer posição política. Mais que votar em uma chapa, as pessoas escolheram uma proposta, a expectativa de construir uma universidade que caminha para a consolidação”, afirmou.
Rangel tem uma vida comprometida com a UEPB há mais de 30 anos. O professor foi estudante da universidade e presidente do CA de psicologia. Como militante estudantil, participou ativamente da luta pela democratização da universidade nos anos de 1980, quando foi conquistado o direito de realizar eleições diretas para cargos dentro da instituição.
Vale assinalar que foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa do Estado, semana passada, um requerimento solicitando que o governador nomeie o reitor mais votado na UEPB.

NA CONTRAMÃO DAS PRÁTICAS DEMOCRÁTICAS

A União Nacional dos Estudantes (UNE) entende que o governador deve seguir a lógica adotada nas outras eleições, pois qualquer outra decisão irá na contramão das práticas democráticas conquistadas há muitos anos dentro da universidade. A entidade batalha contra qualquer tipo de cerceamento e retroação no que diz respeito à liberdade de escolha e expressão e, por isso, defende a posse do candidato mais votado, o professor Rangel Júnior.
Para o estudante de letras e coordenador do Diretório Central dos Estudantes, Alberto Alves Fernandes, a postura de Ricardo Coutinho é antidemocrática e sua demora pela escolha do reitor está ferindo a relação acadêmica dentro da instituição. Alberto afirmou que o DCE irá se pronunciar sobre  após uma reunião com todos os CAs da universidade, no Conselho de Entidades de Base (COEB), que acontecerá este próximo sábado.

fonte: UNE

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