Nesta quarta-feira (22), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) esteve, pela primeira vez em sua atual gestão, em reunião com a Presidenta da República, Dilma Roussef, marcando momento importante em que também, pela primeira vez, a presidenta da República e o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, também presente ao encontro, concordaram que o Brasil precisa destinar, cumulativamente em 10 anos, um patamar equivalente a 10% do PIB . Esta foi a pauta da reunião apresentada pela UBES, UNE e ANPG.
A presidenta respondeu de maneira positiva a pauta dos 10% no texto do Plano Nacional de Educação (PNE), que foi aceita, com a ressalva de que é preciso ter como certa a fonte garantidora para extrair esses recursos. Para resolver a questão, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante – que também esteve na reunião ao lado da presidenta e a secretária de juventude Severine Macedo, em coletiva de imprensa asseguraram que o governo vai defender junto ao Congresso Nacional que 100% dos recursos arrecadados com o pagamento de royalties do petróleo sejam destinados a políticas de educação e que metade do dinheiro que irá compor o fundo social formado com recursos da venda do petróleo do pré-sal também vá para a área da educação, durante dez anos.
Em entrevista, veja abaixo parecer da presidente da UBES, Manuela Braga.
- Esta foi a primeira reunião com a presidenta Dilma na atual gestão da UBES. Quais pautas secundaristas foram apresentadas?
Levamos a voz dos estudantes à mesa de conversa com a Presidenta. Além do maior investimento em educação, foram apresentadas pautas como ensino integral universalizado, reformulação do ensino médio, também propomos a criação do Projeto Rondon Urbano e a estruturação das escolas de ensino básico,
- Na pauta principal, esteve a destinação de 10% do PIB brasileiro exclusivamente para a educação. A presidenta se comprometeu em defender que a área da educação tenha 50% do Fundo Social do Pré-sal e 100% dos royalties dessa riqueza mineral, o que para o ministro Aloizio Mercadante, permitirá alcançar a meta de investimento estipulada pelo PNE. Inicialmente, a proposta pode ser considerada pelo movimento estudantil?
Esta já vem sendo uma bandeira levantada pelo movimento estudantil, é totalmente possível chegarmos ao final desse PNE com o investimento direto de 10% do PIB para educação. O Pré-Sal, através do Fundo Social e dos royalties, deve ser uma riqueza revertida em educação. A história já nos mostrou caminhos diferentes que seguimos e fracassamos, foi assim no ciclo da borracha e da cana-de-açúcar. Apesar do novo momento em que a educação vem vivendo, sofremos com o histórico de falta de investimento, temos a oportunidade de chegarmos finalmente – nos próximos 10 anos, a termos uma educação conectada com o século XXI.
- Para quem não conhece o chamado Projeto Rondon Urbano, quais são suas diretrizes?
Este é um projeto onde os estudantes de ensino técnico e universitário podem contribuir socialmente e essa experiência ser revertida em carga-horária para o currículo, dessa forma, incentivamos o trabalho em órgãos públicos, o estudante reverte em aprendizado, podendo contar como estágio obrigatório e resolvemos parte do problema de assistência estudantil, pois, o estudante seria remunerado.
- Os estudantes podem esperar novidades pelo caminho?
Com certeza! A cada dia os 10% do PIB se torna ainda mais possível, grandes mudanças devem acontecer no ensino básico, em especial com o ensino integral e reformulação do ensino médio, incluindo noções de mundo do trabalho e profissionalização. Agora vamos reafirmar as possibilidades que oferecidas pelo Projeto Rondon Urbano, que podem ajudar a acabar com a evasão no ensino técnico e contribuir com o acesso ao estágio, que por muitas vezes é a principal preocupação dos estudantes para conclusão do curso.
Fonte: ubescomunica.wordpress.com
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