20 de novembro, Dia da Consciência Negra, dia de comemora a liberdade e refletir a inserção do negro na sociedade. Esse dia foi escolhido para as comemorações por ter sido num 20/11, só que no ano de 1695, que Zumbi dos Palmares, alagoano, símbolo da liberdade e resistência, foi capturado, torturado e decapitado.
Essa data tem um valor ainda mais especial para os alagoanos e moradores da cidade União dos Palmares, na qual fica localizada a Serra da Barriga, onde foi instalado o Quiolombo do Palmares que resistiu por mais de 100 anos, chegou a ter mais de 20 mil habitantes e teve Zumbi como seu último líder.
Quase 200 anos depois, em 13 de maio de 1888 é aprovada a lei Áurea (que muitos livros de história contam como um presente da então princesa Isabel e escondem as ruas ocupadas aquela época pelo fim da escravidão no Brasil). E hoje, depois de 123 anos da abolição da escravidão, o brasileiro ainda tem muito o que refletir sobre o negro e o papel que ocupa e o que merece na sociedade.
A diversidade na formação do povo brasileiro é uma das nossas maiores riquezas, a participação do negro na construção na nação e identidade brasileira foram essenciais para chegarmos no Brasil de hoje, um país alegre, colorido e com grande diversidade cultural. Mecanismos jurídicos foram criados para assegurar sua inclusão na sociedade e a formulação de políticas públicas. No ano de 2003 foi criada a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e em 2010 foi criado o Estatuto da Igualdade Racial, que elenca uma série de ações afirmativas que procuram reparar as desigualdades ainda existentes.
É necessário proteger as religiões afro-brasileiras, garantir a participação da população negra no mercado de trabalho e sua presença nas peças de publicidade e nos meios de comunicação, zelar pela saúde dos negros que sofrem com enfermidades específicas, dentre várias iniciativas que precisam ser efetivadas, faz-se ainda mais necessário que a nação se aproprie desses elementos e garanta seu cumprimento.
Dados publicados nessa semana pela PUC-Rio mostram como ainda é grande a intolerância com as religiões afro-brasileiras, no estado do Rio de Janeiro, mais da metade dos seus templos já foram vítimas de algum tipo de sabotagem ou agressão.
O Brasil é o segundo país com maior população negra, atrás apenas da Nigéria, mas os afrodescendentes são as maiores vítimas da pobreza e o desemprego, são milhões de negros na linha da pobreza, os mais afetados são as mulheres negras.
No último Censo do IBGE, de 2010, 97 milhões de pessoas, ou 50,7% da população se declarou como negra. Não podemos permitir que continue existindo racismo no Brasil ou em qualquer outro lugar no mundo. Precisamos reforçar, ainda mais, a importância de construir um Brasil livre e igual para todos!
*Claudia Petuba é Coordeado ra Geral do DCE da UFAL e Diretora UNE de Alagoas
Fonte: Blog da Claudia Petuba
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